domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sucesso negado

Estava eu, mais uma vez, parada pensando na minha vida (às vezes acho que penso mais do que vivo) e percebi que todos os meus desejos aconteceram.
Que bom! você pensa. Sim, ótimo. Mas aconteceram depois que já não desejava mais (bom nem tudo).
Como quando eu me mudei: Desde criança eu queria sentir a emoção de sair daquilo tudo que eu já conhecia há séculos e ir pra um novo lugar (isso me lembra o jardim, eu ia mudar de estado e fizeram festinha de despedida pra mim regada à lágrimas, me senti muito importante), conhecer pessoas e costumes novos (como se eu fosse pros países asiáticos ), tá, não que seja pra tanto, mas pelo menos uma paisagem diferente, aqui eu já conhecia cada passarinho de cada ninho em cada coqueiro, palmeira e afins, cada rachado no asfalto, cada pixação de cada casa. Tava meio sem graça sabe. Daí me vem a mudança que putz, veio no pior momento da minha vida. Eu.. já "estabilizada", amigos, namorado, escola, cursos, trabalhos futuros, mais oque? ta bom só isso . E eu já não tinha mais essa vontade de morar em outro lugar, não ainda pelo menos. Eu já tinha tudo planejado pra depois da faculdade. Foi um baque estrondoso. sofrimento. sofrimento grandão por n motivos, já não queria mais me afastar daquelas pessoas que me acompanhavam há tempos, não queria sair da minha rotina chata e sem graça e ter que me habituar a outras pessoas. Todo aquele processo de "o-que-vou-fazer-agora-longe-de-tudo-preciso-de-amigos-novos" é meio desgastante. Sempre achei muito simples socializar e tals, mesmo que só tivesse uma pessoa que eu conhecesse, mas a ideia de estar forever alone num lugar desconhecido (e que eu não gostava) me tirava toda a pouca calma que tinha. Naquele período de sofrimento agudo pra sempre, eu mudei muitas coisas dentro de mim, compreendi muitos erros, me redimi de alguns, não cuspo mais pro alto desde então (porque eu falava muito mal do lugar pra onde eu fui) e sou da vibe "o que tiver de ser, se tiver meeeesssmooo que ser, vai ser" não que eu deixe tudo acontecer sem intervir, mas agora sou mais receptiva à fatos que antes eu repulsaria sem pensar nos prováveis bônus.
Outra coisa, havia muito eu queria trabalhar e estudar. Mas isso não é pra qualquer pessoa, exige coisa demais, exige dedicação demais (e eu aqui escrevendo bobagens), foco demais, disciplina demais e eu não sou disciplinada, nunca fui. Hoje eu faço isso, trabalho e estudo. Não quero abdicar de nada disso, foram conquistas minhas. Foram provas de que eu sou capaz de aguentar muito mais do que eu imagino.
Dentre outras coisas, ignorava pessoas que eu achava que não me importavam e quando saíram de fato da minha vida eu percebi que até que elas eram legais. Comprei aqueeeela meia calça que nem usei (desde o inverno passado). Ganhei aqueeele livro que nem fiz tanta questão de ler. Sou de vibes... e elas são passageiras .

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Raridade sem casa

Eu sou difícil, de uma dificuldade chata. Uma complexidade que exige paciência.
Eu faço manha nas manhãs, faço birra nas noites. Eu odeio multidões e adoro fazer parte delas, odeio me sentir morta, mas nem vivo tanto assim. Eu gosto de estar rodeada, mas quase grito querendo ficar só. Odeio seguir moda, mas compro as revistas e leio e pior que ler é seguir os conselhos. Acho um absurdo pessoas que ganham dinheiro escrevendo livro de alto-ajuda, mas eu sou dessas psicólogas de frases prontas. Eu sou rara por ser tão comum.
Eu ouço muito e quase sempre um "você é apaixonante", as pessoas choram de rir comigo, mas me chamam de metida na rua. E mesmo assim, eu me olho no espelho tentando achar as qualidades que todo mundo vê, estampadas no meu rosto.
Eu acredito na fraqueza humana.
Eu fujo da regra do favoritismo, eu gosto de enxergar a alma, eu olho nos olhos, bem no fundo e se eu imaginar que não há ali um mar límpido eu fujo.
Eu sou corajosa, mas sou covarde. Eu rasgo o meu peito de amor, mas me fecho inteira com medo de me ferir. MAIS. Supero-o me jogo, me racho, me machuco e sofro, com dores que não têm remédio. Levanto a cabeça, com olhos marejados enxergo ao longe, traço objetivos. Todo um processo de "Pró-vida-pós-fossa".
Eu sou egoísta e me culpo, sou altruísta e me culpo. Busco o equilíbrio e putz, como é difícil.
Eu brigo, eu chingo, eu chamo de amor, eu bato, eu mordo, eu fico de mal, eu faço as pazes, brigo de novo, digo que amo, digo que odeio, digo que superei, o orgulho confirma, vivo o bom e finjo ser feliz até perceber que sou feliz de verdade.
Eu sou rara por ser tão comum.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Judia de mim (8)

É por isso que eu sempre acho muito melhor e mais fácil só pisar na cabeça deles.
Porque quando a gente dá aquela moralzinha microscópica nego vacila.
E ficamos então sem saber novamente o que fazer, porque a gente tenta fazer o melhor, tenta não ser egoísta e se culpa horrores, mas parece que os que mais se preocupam são os que mais se ferram.
Vou adotar a política da boa vizinhança e ser como forem comigo, exatamente.
Caô, nunca faço essas coisas --' sou boazinha demais.
Deve estar escrito na minha testa "brinque comigo, é legal, divertido e você só tem a ganhar", mas mano, não acho justo, mesmo que esteja escrito mesmo.. é daqueles avisos que não são pra serem seguidos como andar a APENAS 100 km/h numa via expressa, isso não existe! Ou quando não é pra jogar lixo em um determinado local, é tosco, acho que neguin lê ao contrário e joga todos os trapos existentes do seu humilde barracão ali, exatamente onde era pra ficar limpo.

Embora tudo isso me chateie, eu agora tenho uma postura de não mais me importar tanto.Vou me desapegando das coisas que me fazem mal e me apegando àquelas que me fazem bem, sei que esse é o caminho pra felicidade e não me importo mais com as cicatrizes que podem ser fincadas em mim, acredito sim, sempre na superação. Chega a um momento na vida em que devemos mesmo levar em consideração o que vale realmente a pena e pesar com o que não é proveitoso daí tomar a decisão certa e esse peso nunca depende de uma pessoa só.

Como diz Fernando Aniteli "retrovisor é passado, é de vez em quando do meu lado".

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Solidão Necessária

Muitas pessoas, sempre, me incomodam.
Eu estou acostumada a ter aquele momento só meu no meu santuário, ouvir meus pensamentos e contar o compasso das batidas incessantes do meu coração. Mas não tenho tido tempo pra isso e é muito ruim, é como se eu não tivesse como me encontrar, ando meio perdida, pensamentos demais, dúvidas demais, ideias demais, anseios demais, desejos demais, sonhos demais.
Ando andando muito na ilusão e já deveria ter passado dessa fase, desse momento "obras da maria clara machado cantadas por vinícius de moraes" (não que elas existam tá gente). O fato é que elas não existem e eu tenho que aprender a calar no momento certo e a ouvir nas horas oportunas, aprender com sabe ensinar e copiar o bom exemplo. Mas cara isso tudo é pra gente grande, eu ainda tô na transição e me sinto humilde por assumir tal estado, me sinto na luz da evolução, mas no breu dos medos, e quantos são.
Não vou prometer nada a mim mesma, não vou dizer a mim como agir ou reagir, na verdade, eu só tenho a certeza da dúvida e ela já é um habitante fixo em mim.
Que falta me faz o ócio, que falta me faz a solidão ...