sexta-feira, 25 de março de 2011

Anseio


A manhã pareceu meio nebulosa, uma espécie de nuvem de duvida, medo e anseio pelo desconhecido.
Ela que sempre pensou demais, temeu demais e fez de menos percebeu que isso não a levaria a lugar nenhum.

Ela olhou o céu e os seus olhos brilharam, a manhã que até então era nebulosa e cinzenta ganhou cores e vida. Ela quer sentir tudo isso, toda essa esperança, esses borbulhinhos no estômago.

Ela não vai mais voltar atrás, ela não vai se arrepender, ela sabe do que é capaz (lá no fundo, bem fundo, sabe). Ela só quer ser feliz e se encontrar. Parar de andar em círculos e nunca sair do mesmo lugar, continuar sempre estagnada pelo medo do que o desconhecido pode lhe trazer. Ela cansou de esquecer que às vezes o desconhecido pode ser legal, ele pode ser empolgante e lhe dá aquilo que ela há tanto procura.

Esperança, somada a um pouco de esforço precede vitória.

"Não tenho dormido ultimamente...


... Ficando acordada relembrando de como fui embora! Quando seu aniversário passou e eu não liguei, eu penso no verão, todas as horas bonitas. Eu assistia você rindo do lado do passageiro e eu percebi que amava você no outono. Depois veio o frio, com os dias escuros, quando o medo se arrastou na minha mente. Você me deu todo o seu amor, e tudo o que eu lhe dei foi um adeus."

quarta-feira, 16 de março de 2011

Nunca deixe de amar




Eu sempre fui movida a amor e a muito sentimentalismo, minha prima já disse que o superlativo de piegas era Julianne. Achei justo. Mas eu fui mudando um pouco conforme fui tropeçando em pedras. Hoje não sou mais tãão sentimentalista assim, mas continuo muito frágil e romântica, é a minha essência e essências não mudam. Eu não queria ser assim, eu queria continuar acreditando em contos de fadas, príncipes encantados e tals, mas não dá. Há um limite, estou procurando por ele, sei que ele está por aqui em algum canto.
Algumas pessoas depois que passam por alguma decepção mudam totalmente seu modo de ver as belezas mais singelas, algo tão simples perde todo o seu encanto. Mas isso é por fora porque elas têm medo, muito medo e olha que de medos eu entendo.
Normal não querer viver as mágoas de novo, mas faz parte. É bobagem se privar de momentos e sentimentos tão bons porque alguma coisa em alguma época remota não teve o fim que imaginaram. Tudo tem um fim, não é o que dizem? Tem que se perceber que cada caso é diferente, as pessoas diferem umas das outras, não é porque uma pessoa te fez mal que todas aquelas que entrarem na sua vida vai fazer o mesmo. Algumas vêm pra somar, pra acrescentar, pra mudar alguma coisinha que pode ser melhorada (não que deva).
Eu vivi coisinhas interessantes e tive aquilo que me marcou, parte de mim vai carregar tal marca como uma tatuagem, só que ela não vai se desbotar. Não devemos alimentar o ódio, o descaso, a indiferença afinal aquilo tudo era nosso, tão nosso que fazia parte de nós, fazíamos planos e olhávamos as estrelas.
Pode e deve ser assim, não por mais uns dias, não até a próxima vez que quebrar o coração em milhões de pedaços, mas para sempre.
A vida é movida por amor. À família, aos amigos, ao trabalho, à natureza, à vida!
Tudo é amor e por amor, e mesmo quando não se pensa que há amor, ele está mais estampado do que se pode perceber.
O amor abre portas, as mais belas e maciças portas, ele fecha os olhos, mas apura os sentidos, dá significados àquilo que até então não tinha a menor coerência, ele amadurece, enobrece, inspira. O amor tem até o poder da cura.
Sendo ele tão bom, porque fechar-se? Deixar ele agir na alma é a melhor (se não a única) forma de ser plenamente feliz.

terça-feira, 15 de março de 2011

Vivendo, aprendendo e mudando


Acho clichês muito chatos, mas eles regem nossa vida e às vezes nem percebemos.
Aquele de "vivendo e aprendendo" é mais um deles e dizer que vamos mudando nosso jeito e a visão que temos de tudo faz parte dele.
Às vezes eu não sou tão boa falando sobre mim e nem como eu mudei, mas minhas mudanças são notáveis a qualquer pessoa. Há momentos em que eu estou conversando com alguém e percebo "epa, há umas épocas eu não pensava assim". Sei que faz parte da vida de qualquer ser pensante, mas é válido parar pra reparar, dá a sensação de evolução. Perceber que os planos vão se moldando à forma de enxergar a vida e os caminhos pelos quais ela vai passando.
Acho que nem sempre eu quis ser independente, ou ser mais "egoísta", ou ainda mais inconsequênte. A verdade é que eu percebi que eu precisava mudar um pouquinho a minha postura e abrir mais a minha mente, porque nada é como a gente quer, nada se molda a nossa vontade e até eu perceber isso ... fiz machucados que doeram bastante, as cicatrizes até doem um pouco ainda, mas a certeza de que só vai virar uma marquinha com uma histórinha que teve seus lados bons e ruins me animam, me acalmam e me fazem querer passar por cada coisa que a trajetória chamada vida guarda pra mim. Até pelas multidões enfurecidas, bêbadas e maroladas de um domingo com monobloco (talvez eu conte minha experiência de quase morte, ok morte não, mas eu quase perdi meu fêmur. Deve doer).
Minha fome por independência veio com o passar do tempo, minha fase de adolescente e de "mãe, me dá dinheiro?", "mãe, posso sair esse final de semana?", "mãe, tô com fome, faz comida aí pra mim." já tinham passado. Tá, a da comida ainda não. Enfim, você pode achar que "ah! passa pra todo mundo!", mas não! não passa! No colégio eu cansava de ver gente se formando e tomando rumo nenhum, continuava não ter o que fazer, batizando coca-cola com menta e jogando totó em frente ao colégio e eu tinha medo, não queria ser daquele jeito (e o pior é que eu gosto muito de jogar totó), ainda tenho medinho de fracassar, mas e aí? Tô correndo atrás, não parei por preguiça ou porque ficar em frente a escola bebendo coca-cola batizada e jogando totó é mais divertido, nem fazer filho. Amo crianças, mas tenho repulsa a filhos POR ENQUANTO, POR MUITO TEMPO.
Meu pseudoegoísmo veio junto com as decepções, porque mano aquela frasezinha de comunidade no orkut "bonzinho só se fode" é clássica e é uma das maiores verdades que a humanidade já viu, ouviu e viveu. Coração mole é coração de trouxa, cede, ama, se sacrifica e não tem retorno, não é feliz da maneira que faz. Sequer é reconhecido. Daí você pensa "deixa, a minha hora vai chegar", sim vai! cremos nisso, mas até ela chegar tu se arrebenta horrores, nego sapateia com salto 17 em cima de você e não quer nem saber se tá doendo, você sorridente manda continuar. Otário.
Então depois de me indignar com as madeirisses alheias eu cheguei a conclusão de que devo me infiltrar no grupo de extermínio "mão negra" (mata aula de história dá nisso, se ferra aí e vai no google), caô eu não mato (só ameaço). Não vou fazer o que eles fazem, só não quero ficar do outro lado apanhando. Eu abdico de pessoas quando percebo que elas podem se machucar não quero ser responsável por isso e dói em mim. Isso é ser bonzinho porque ela me xinga. Mas pelo menos fico em paz com a minha consciência.
A parte 15% que tenho de inconsequênte é a parte 80% que tenho de feliz, quando eu não penso muito no que fazer eu tenho momentos incomumente alegres e recordáveis com suaves e intensas risadas e ser feliz é um bem natural

Japão antes e depois do terremoto =/



sexta-feira, 11 de março de 2011




"A melhor coisa que os brasileiros poderiam fazer é garantir educação de qualidade. Cotas raciais no Brasil, um país mais miscigenado que os Estados Unidos, são um despropósito. Além disso, forçam uma identificação racial que não faz parte da cultura brasileira. Forçar classificações raciais é um mau caminho. A Fundação Ford é a grande promotora de ação afirmativa ( tem como objetivo combater as desigualdades sociais resultantes de processos de discriminação negativa, dirigida a setores vulneráveis e desprivilegiados da sociedade) por partir da premissa errada de que a realidade desfavorável aos negros é fruto da discriminação. Ninguém desconhece que houve. Mas nem tudo é fruto da discriminação. O fato de que apenas 30% das crianças negras moram em casas com um pai e uma mãe é um problema, mas não resulta da discriminação. A diferença acadêmica entre negros e brancos é dramática, mas não vem da discriminação. O baixo número de químicos, físicos ou estatísticos negros nos Estados Unidos não resulta da discriminação, mas da má formação acadêmica, que, por sua vez, também não é produto da discriminação racial."
Walter Williams


Lendo isto pude tirar várias conclusões, uma eu sempre tive: Cotas raciais é bobagem! A desigualdade existe, só não enxerga quem não quer (e olhe lá), mas não se baseia apenas nas raças, ela é muito mais social do que possamos imaginar e o único caminho pra que isso seja atenuado é mesmo a educação. Coisa na qual se investe muito pouco. Os governos estão muito mais preocupados em dar esmolas (ou você acha que isso de bolsa escola, bolsa família e etc não é esmola?!) ao povo do que criar oportunidades para que de fato a população torne-se mais independente e digna. Claro, não vamos dizer que não precisa, infelizmente é um mal necessário, os brasileiros são acomodados a ponto de fazer mais filhos só pra ter direito a mais uma miséria de "auxilio", como se tal fosse dar uma condição de alimentação/educação/saúde digna.
Aliás, dignidade é algo que muito nos falta! Mas é isso aê, viva ao salário mínimo vergonhoso dos proletários e viva supreeeeemo ao modo de vida dos grandes ladrões deste país, nós os colocamos lá. Por favor, vamos aplaudir o espetáculo que ajudamos a construir.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Umas doses e alegria


Eu acordei e mais uma vez não é você ao meu lado.
Sentei-me à beira da cama e refiz em pensamento os meus passos da noite anterior.

Depois do banho, vesti o vestido que você odiava só porque todos mexiam comigo, exagerei na maquiagem só porque você sempre disse que não precisava, pintei minhas unhas com o esmalte mais vulgar que ganhei da sua irmã, pus aquele salto ridículo que você me deu de presente.
No meu coração eu fiz questão de guardar só as coisas ruins, só os seus defeitos. Quem sabe assim eu não sofra menos, não sinta menos a sua falta. Depois de tomar a minha dose diária de ódio por você, acendi um cigarro, ajeitei meu decote e saí. Sem rumo, sem vontade, sem amor, nem mesmo por mim. Entrei no primeiro bar que avistei e sentei-me. Não precisei esperar muito tempo já apareceu uma bebida flutuante. Era a bebida em troca de uma conversa amistosa, achei justo.
Depois de muitas doses eu já não sabia exatamente o que me moveu até lá, se foi o ódio, ou se foi a dor, mas qualquer um desses já não tinha efeito sobre mim. Estava anestesiada. Consegui pensar em você sem sentir nada e era esse o meu objetivo. Posso dizer que estava até "alegre".
Me levaram pra casa, não lembro do seu rosto, não lembro do seu nome e naqueles momentos nem lembrei de você.

terça-feira, 1 de março de 2011

Lembrança

Durante a rotina frenética, um ponto em mim se iluminou
eu lembrei de você,
houve uma pausa,
assim, um sorriso bobo se estampou no meu rosto
É incrível como o amor nos torna patéticos
É mágica essa poesia que se chama amor.